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Zuquetto se destaca na produção de manga 17/04/2011

José Edson Zuquetto é produtor de manga, lima da pérsia, limão e laranja lima no município de Monte Alto (SP). A área de produção totaliza 22 hectares, sendo o carro-chefe o limão, cuja produção anual é em torno de 10 mil caixas de 27 quilos. De lima da pérsia são 10 mil caixas produzidas e 7 mil caixas de laranja lima. Já a manga tem produção de 150 a 200 toneladas ano.

Manga

A manga é uma cultura perene. Seu pomar produz por 20 anos. O pomar de manga de Zuquetto já conta 13 anos e totaliza 1.500 mangueiras, entre as variedades Tommy e Palmer. “A Tommy é uma manga de formato arredondado e a maior parte da sua produção é destinada à produção de polpa, apesar de ser também muito bem aceita no mercado in natura. Sua cor é avermelhada. Já a Palmer é mais alongada, mais adocicada e tem um perfume delicioso”, explica o produtor.

Ao todo são mil plantas de Tommy e 500 plantas de Palmer. A opção dele por essas variedades se dá por serem as mais procuradas. Com as duas, Zuquetto consegue escoar toda a sua produção, diferente de outras variedades, que apresentam particularidades que tornam a sua venda não tão boa.

Mercado

A Manga Tommy é produzida com foco no mercado in natura, mas quando ela não atinge a coloração ideal, ou foi atacada por algum inseto, o que danifica a sua pele, a fruta perde seu valor neste mercado, e passa a ser destinada à indústria. “Não temos o costume de fazer contrato com as indústrias, somente os grandes produtores o fazem, na produção de polpa. Quando a manga está no ponto de ser colhida ligamos para a indústria e a venda é realizada”, diz Zuquetto.

Colheita

O período de colheita da manga varia de outubro a abril, mas como a produção de Zuquetto é induzida à antecipação, no mês de janeiro ele já colheu tudo. “Quando terminamos de colher a manga eu faço um toalete na planta, uma poda que ano é drástica e no outro é somente de limpeza”, explica.

Ainda segundo ele, a poda do pomar deve ser feita todo ano, do contrário a produção fica muito ruim. É importante que se faça essa poda na planta de manga, além de uma boa nutrição, para que se tenha qualidade.

Adubação

Ainda aproveitando a época das águas, Zuquetto corrige o solo com calcário, e se necessário faz uma análise de solo, corrigindo também o fósforo, se preciso, assim como boro e zinco.

Dependendo da necessidade do pomar ele divide a adubação para dois anos. Após a correção do solo é aplicado o ácido húmico, um produto que disponibiliza para a planta o fósforo e o cálcio contido no solo, nutriente bastante exigido pela manga. “Com o ácido húmico o pomar fica mais uniforme, a planta fica melhor nutrida e a vegetação também se torna uniforme, o que resulta em uma florada padronizada”, justifica.

Na adubação é preciso elevar o teor de fósforo a 40 ppm. Normalmente Zuquetto usa um quilo de NutriAtivo AO-15. Depois de tudo isso, emprega um hormônio regulador de crescimento, que vai ajudar na fase após a poda das plantas, para que elas não vegetem e passem a florir. “Minhas mangueiras começam a ser colhidas no final de outubro, operação que é finalizada em 30 dias. Em outro pomar, entretanto, adotei um manejo para atrasar o ciclo da planta, que floresceu muito depois. A colheita deste talhão será em março, diferente dos demais”, conta o produtor.

A produtividade destes pomares fica em torno de 100 a 150 quilos por planta.

Estrutura da mangueira

A planta é podada e manejada adequadamente para ficar pequena, até mesmo para facilitar a colheita. Neste ponto ela fica com um diâmetro de 4m de copa e um raio de 2m. A altura da árvore fica entre 2 e 2,5m.

Irrigação

Como o regime de chuvas em Monte Alto é bastante regular, não se faz necessária a irrigação artificial, diferente do Nordeste, por exemplo, onde para esse cultivo a irrigação artificial deve ser implantada.

Os custos de produção de manga, portanto, são voltados para mão de obra, adubo e o regulador de crescimento. Na produção de Zuquetto, um quilo de manga custa R$ 0,15 para ser produzido, e no mercado essa produção é repassada por R$ 0,30.

Para este produtor, a cultura é rentável. “Se compararmos com a laranja, a manga é uma cultura rentável. Porém, seu preço não sobe de acordo com o aumento dos custos de produção. Meu pomar tem 13 anos, e em todo esse tempo o máximo que consegui foi vender por R$ 0,30 o quilo. Por outro lado, o custo não passava de R$0,04”, relata.

Ele lembra que o melhor preço da fruta é alcançado no final de março para início de abril. Este fator só varia com o período de chuvas do Nordeste, que descontrola sua produção em caso de chuvas.

Destino da produção

A mercadoria que está sendo colhida hoje vai para o Ceagesp de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Diferencial de produção

Decorrente de uma boa toalete feita no início do ano, as mangas de Zuquetto ficam bem expostas ao sol, com uma ótima coloração. Outro diferencial do produtor é o uso de ácido húmico no pomar, que permite a liberação do cálcio e evita o problema de ‘colapso interno’ no caroço, comum no Estado de São Paulo, causado pela deficiência de cálcio, e também chamado de “coração mole”.

O produtor explica que em volta do caroço da manga fica uma massa gelatinosa, que em seguida escurece. Mas, com a adoção da correção de solo de acordo com a análise e com a aplicação de ácido húmico, é possível minimizar, e quase eliminar a incidência do colapso interno. “É um fator que limita a qualidade da manga. A manga com essa deformação fisiológica perde valor de mercado e só serve para produção de polpa”, alerta Zuquetto.

Doenças

No estado de São Paulo é comum a antracnose, que causa pinta preta na casca do fruto. O sintoma desta doença é uma pinta preta com borda roxa na parte externa da manga, fruto que também terá a indústria como destino.

A produção para polpa e vendida a um valor inferior ao da produção in natura, e por isso Zuquetto prefere o segundo mercado, tendo a indústria como última opção.

Manejo fitossanitário

Para evitar a antracnose Zuquetto faz uso de fungicidas, operação que acontece no período entre a florada e a colheita. São cerca de 10 aplicações de fungicidas, incluindo diversos princípios ativos para obter uma colheita sem a doença.

O único fungicida possível de se usar durante a colheita é o hidróxido de cobre ou o oxicloreto de cobre, ambos de contato, que são eliminados com a lavagem da fruta. O produtor volta a enfatizar que não podem ser usados nesse período produtos sistêmicos.

A partir da florada são feitas as aplicações de fungicidas a cada 15 dias, mas apenas no início são utilizados os fungicidas sistêmicos. Há outras doenças que ocorrem na cultura da manga, mas com insignificância na região de Monte Alto.

Pragas

Os micro-ácaros transmitem uma doença chamada cacho-louco, também conhecida como cacho-branco, que consiste na formação de cachos de flores que não geram frutos. É uma fusariose, ocasionada pelo ataque de fusárium transmitidos por formigas ou por micro-ácaros. Por isso, logo após a poda é bom que se faça o controle de micro-ácaros com enxofre ou abamectina.

É comum também o ataque de cochonilhas, principalmente nas mangas mais tardias. Nas variedades Tommy não acontece esse problema porque são colhidas antes, mas na Palmer esse problema é mais sério.

Para evitar a praga o produtor faz uso de inseticidas quando a mangueira começa a apresentar as primeiras colônias de cochonilhas. Mas, antes de tudo ele realiza um levantamento do nível de dano econômico, e só então entra com as medidas de controle mais adequadas.

Coloração da manga

É importante a poda da mangueira para que os frutos fiquem expostos ao sol, o que contribui positivamente para a coloração da casca. Com o sol, a manga fica avermelhada, resultado da oxidação do ferro presente na casca. Isso é válido para todas as cultivares de manga, e característica desejável no mercado.

Dificuldades superadas

Há um tempo a manga de Monte Alto tinha dificuldades para ser vendida, visto que os produtores não faziam o manejo adequado de produção. Decorrente da produção de má qualidade foi que as indústrias de produção de polpa de manga se instalaram na região, pois o fornecimento de matéria-prima era garantido.

Antes a manga era vendida com antracnose, com colapso interno, ataque de cochonilhas. “A fama das mangas de Monte Alto era ruim, mas hoje já conseguimos mudar esse quadro. Temos pomares aqui de altíssima tecnologia”, garante Zuquetto.

Atualmente, a macro região que engloba Monte Alto, Vista Alegre, Cândido Rodrigues e Taquaritinga é responsável por uma grande produção de manga. “Somos um pólo importantíssimo para o Brasil no que diz respeito à produção de manga”, conclui o produtor.

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